sábado, 12 de janeiro de 2008

Imagem: SXC



Em Janeiro, somos cercados de mensagens de esperança de um ano melhor e propomos, então, a nós e aos que estão próximos uma renovação física, espiritual e mental. Uma série de metas para o novo ano são listadas expressando um desejo de que o ano que se inicia seja melhor que o anterior. Essas metas já nos são conhecidas pois quem nunca se propôs a emagrecer, cuidar mais da saúde, fazer novos amigos, ser uma pessoa melhor ou arranjar um namorado(a)?

É muito bom ter este tempo de acreditar no amanhã, respirar novos ares, curtir o verão, viajar, não se preocupar com estudos e trabalho, se dedicar a família, amigos e acordar tarde. Mas este clima de tranqüilidade, paz, esperança, renovação, mudança de velhos hábitos não dura muito, se finda no início dos próximos meses.

De repente é fevereiro, março e a rotina de trabalho e estudo voltam. Todo este ar de esperança de um novo tempo se dissipa e se substitui por cansaço, estresse, afobamento, enfim, tudo que é contrário ao velho espírito da virada de ano. O pensamento de que está de volta a realidade que é mais crua e nua que qualquer outra verdade é dominante. E as pessoas voltam a caminhar pelas ruas de rosto franzido e a realizar suas tarefas com correria esquecendo-se de todas as suas promessas. Tornam-se muito diferentes daquelas esperançosas que iniciaram o ano com um sorriso para o mundo.

Porém, o retorno à rotina não é o responsável pela infelicidade humana e pensar que o trabalho e o estudo matam nossa esperança é esmurrar muro com faca na tentativa de derrubá-lo, pois são os trilhos que conduzem a dias melhores. As pessoas culpam o emprego, a faculdade, a família, e o mundo por sua insatisfação, quando, na verdade, não sabem lidar diariamente com suas próprias vidas, suas ansiedades, e problemas. Culpar o externo não muda a realidade, não muda a correria, não ‘desfranzi’ os rostos, já que o problema é o que está no interior dos homens, é a maneira que os olhos enxergam a vida.

A vida, então, passa ter a cara que pinta diariamente. Isso mesmo, a desfrutamos dia a dia, e não anualmente. Nossa renovação, portanto, tem que acompanhar a nossa vivência, tem de ser diária. A cada novo dia nasce uma nova oportunidade de mudança, de melhora. E a proposta de renovação, o sentimento de esperança não podem nos entusiasmar só no inicio do ano.

É preciso renovação constante! O desafio é ter esperança em meio a tribulação da rotina, encorajar a si e aos outros continuamente durante o ano. O tempo de limpar as coisas velhas que nos incomodam, de mudar o que não está certo e consertar o estragado é no momento em que se percebe a existência dos mesmos e não anualmente.

Precisamos, portanto, de corações agradecidos e renovados pelo Dono de nossas almas, o Senhor. Ele é quem pode nos dar ânimo novo constantemente e desembaçar nossa visão para podermos assim, vislumbrar dias melhores e querer mais de nós e dos outros durante todo o ano. Nossa esperança, então, não mais se dissipará com o tempo, antes, estará firme naquEle que era, é e o será para sempre.

Texto: Bárbara Matias