segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Sobre o sentido do tempo


Iniciou-se na semana passada mais um período letivo para os alunos da Universidade Federal de Viçosa. Para ser um pouco mais específico o início se deu, para uma boa parte dos alunos, no começo do dia 04 de agosto, às oito horas da manhã. Nessa mesma hora iniciaram-se diversas aulas no exato momento em que o professor, ou professora, começou a pronunciar suas primeiras palavras. Um início.
Acredito que seja bem óbvio para a maioria, se não para todos, que as aulas iniciadas no dia 04 de agosto tiveram um fim no mesmo dia. E que o próprio dia se encerrou, logo após seu ciclo de 24h. Caso contrário, já não estaríamos no décimo segundo dia do mesmo mês, que, por sua vez, terá um fim também, assim como todos os meses seguintes até, por fim, encerrar o semestre, que teve início outro dia. Um fim.

São interessantes essas coisas, não são? Tudo o que existe "debaixo do sol" possui um início e um fim. E esta dança é de extrema importância para aqueles que a bailam. Por exemplo, são revigorantes os finais de ano, pois logo quando morre um, cheio de lutas e canseiras, instantâneamente é chegado um novo ano, repleto de esperanças e força. Em outra situação, é necessário o passar pela dor, mas o seu fim é bem melhor do que seu início. Ciclos necessários.

Contudo, o que apresenta importancia não possui sentido algum quando se encara a morte, visto ser essa a conclusão do maior dos ciclos: a vida. Que proveito tem o homem, portanto, de todo o seu trabalho? Aparentemente, não existe renovo depois da morte. A única coisa que se pode falar depois disso (se é que um morto fala) é que tudo foi em vão: nascer, crescer, sofrer, sorrir, trabalhar e receber, destruir, construir, cantar, chorar, beijar, cuspir, odiar, amar, para depois de tudo morrer... Tudo veio e se foi, como fumaça. E a pergunta que não quer calar é: qual o sentido?

Isso parece ser uma desesperadora tragédia. Contudo, assim como qualquer outra tragédia tem um início e um fim, essa também não é diferente se olharmos para além dos limites do sol. E esse é o nosso renovo. Todas as coisas tiveram início um dia. O mundo teve sua gênese. E claro, se você pensar que não houve nenhum propósito no surgimento da terra, eu e você poderemos, certamente, nos descabelar. No entanto, analisando de forma simples, mas real, tudo o que existe, nos seus bastidores, deve existir (e existe) alguma força pensante superior e que perdura além de toda a linha temporal. Alguém que colocou um sentido em todos esses ciclos. A Bíblia me diz que essa força é Deus: um ser racional e sentimental, que se relaciona comigo e com a humanidade e, dessa forma, faz nascer um sentido na minha existência. E o sentido é este: viver perto do ser mais inteligente do universo e o único que não passa, é eterno (não possui um início nem um fim) e que pode conceder eternidade aos ciclos terrenos, fazendo-os perdurar além da morte. Nesse sentido, a morte continua fazendo parte apenas de mais um ciclo. Existe um sentido além da morte e este é revelado no ultimato de Deus: "buscai ao Senhor enquanto se pode achar!"

É tentador ouvir o convite de me relacionar com o único ser na terra que possui o sentido para as coisas e pode me fazer aproveitar melhor os ciclos, os fazendo eternos e me conduzindo para um lugar além da minha morte. É tentador. Mas eu preciso atentar que, como todo convite, esse também tem um prazo. Ele se inicia agora, mas daqui a pouco... sua vida pode se findar... e o tempo determinado... para aceitar o convite... pode ter um ponto... final. Que sentido você dará para esse tempo, afinal?